terça-feira, 21 de agosto de 2012

A Corrida para o Buraco

Nota: as publicações de Seth Godin, que antes eram publicadas na página De Seth Godin,  agora serão parte integrante do blog. Os textos antigos parmaneceram na página original. Grato.

Não vamos correr para o buraco.

Nós sabemos que os industriais procuram espremer cada centavo do mercado. Nós sabemos que concorrentes desejam baixar seus custos a zero para que eles sejam a escolha óbvia para sua commodity. E nós sabemos que muitos estão procurando explorar os recursos naturais e querem tudo, rápido, barato e pra já.

Nós podemos eliminar as leis de proteção aos mananciais de águas doce. Podemos extorquir os trabalhadores a candidatarem-se a trabalhar mais por menos e, com isso, obter uma oferta mais barata que a concorrência. Podemos tirar vantagem de consumidores menos sofisticados e enganá-los para consumirem produtos com satisfação a curto-prazo e com dor de cabeça a longo prazo. Estes resultados podem ser dolorosos, mas são um caminho a seguir. Sabemos como fazê-lo.

Em nosso mundo conectado, produtores de commodity estão sobre grande pressão. Os preços, especulativos ou  para levantamento licitatório, é instantâneamente descoberto por qualquer comprador. Isto significa que grandes empresas pressionam seus governos para pagarem os impostos mais baixos possíveis, para reduzirem as regulamentações ambientais quase a zero e para acabar com as benefícios trabalhistas. Tudo isso para que o país produtor da commodity seja o mais barato de todos.

Eu sei que podemos fazer isto. Sempre há uma maneira de cortar o caminho, sacrificar a qualidade de vida e que se dane o resto, enquanto corremos para agarrar um pouco mais de participação de mercado.

Mas o problema com a corrida para o buraco é que você pode ganhá-la.

Você pode ganhar um pouco mais de grana agora, mas não no longo-prazo e sem orgulho nenhum. Alguém sempre encontra uma maneira de ser mais barato ou mais boçal do que você.

A corrida ao topo faz mais sentido para mim. A corrida ao topo é focada em design e respeito, em dignidade e coragem, em inovação e sustentabilidade e, sim, generosidade mesmo quando é mais fácil ser egoísta. É também mais arriscado, cheio de dificuldades técnicas, de barreiras emocionais; requer paciência, esforço e criatividade. A corrida ao topo é um caminho de longo-prazo com o resultado desejado.

Inscreva-me, tô dentro.

* tradução de Silvio Luis de Sá. Texto original em Seth's Blog

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