quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Escassez e abundância na era digital


Felizmente, para muitas pessoas neste mundo privilegiado, escassez de comida é uma lembrança ancestral. Não temos que surrupiar algo no almoço para termos o que comer no jantar.

O furacão Sandy lembrou a milhões de pessoas do noroeste dos EUA o que é a escassez. Quando houve falta de gasolina, o pensamento de que poderia haver um dia ou mais sem o combustível levou a filas de seis horas de espera e brigas ocasionais. Muitos adultos com um senso do ilimitado... seguem detonando o motor ou jogando fora as sobras, tem mais na próxima esquina.

E ainda, bens materiais sempre conseguem bater de frente com a escassez. Sempre há algo mais novinho para se comprar, mais um mini guarda-móveis para alugar. A mídia amplifica nossa inveja sobre os bens materiais com reality shows na TV e comerciais sobre a próxima coisa que você deve comprar, se você correr, se você puder pegar emprestado para comprá-lo.

O mundo digital não oferece a mesma escassez. Duas gerações já cresceram com o entendimento que todas as músicas disponíveis são essencialmente de graça, o tempo todo. Nossas conexões com a internet são amplamente ilimitadas - quando chegamos perto do limite, nossos direitos aparecem como ofensa a esta afronta.

Mas economia sempre é baseada na escassez (por isso o temo "economia"). Não existe mercado para quem contarola, por exemplo, porque todos podem contarolar ilimitadamente o tempo todo. Então, no abundante mundo digital, o que é escasso? Onde está a economia?

Está na conexão.

Quem confia em você? Quem quer ouvi-lo? Quem irá colaborar, apoiar e engajar-se com você?

Existem coisas que não escalam ao infinito. Estes são recursos preciosos.

Quando não tinha energia durante o furacão Sandy, as pessoas tinham que decidir (pela primeira vez em muito tempo) se valeria à pena ouvir uma música no celular. Valeria à pena gastar a bateria? Esta é a análise que mostra a economia da conexão - vale à pena interromper esta pessoa? Minha próxima ação vai construir um relacionamento ou acabar com ele? Estou eu ganhando confiança ou perdendo?

Na economia conectada, nós valorisamos arte e inovação e coisas que valem à pena conversar a respeito. Nós buscamos transparência, generosidade e o longo prazo. Claro, ainda existem pessoas que irão lucrar no curto prazo queimando os ativos que tem, mas na medida em que ficamos mais conectados, isto simplesmente não vai prosperar.

Conexões, liderança e confiança vão ficar ainda mais valiosos. Claro, vá em frente e balance a cabeça concordando, mas quando você voltar ao trabalho, você está ocupado trabalhando com o universo da escassez ou tentando construir um lugar para você neste novo?

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Traduzido por Silvio Luis de Sá. Texto original em Seth's Blog

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